Musicoterapia

Musicoterapia
Semana de musicoterapia na FPA EM 2009 - Uma vivência das danças e dos ritmos dos ORIXÁS.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Artigo

                                              Um Olhar Musicoterapeutico
Os aspectos terapêuticos da música e do corpo e sua relação com a saúde nos terreiros de candomblé.

                                                                                              Adriana Freires Aragão Adriana@hotmail.com
                                                                                                                           
         
Resumo: O presente artigo apresenta as principais concepções e práticas musicais com objetivos terapêuticos dentro das comunidades terreiros, tomando como referencial a oralidade dessas comunidades e elementos teóricos da musicoterapia. Ao analisar a imbricação estreita entre religião e terapia nos rituais do candomblé, a discussão busca dar conta do dinamismo interno que caracteriza esse culto e, assim, compreender a musicalidade e significação do corpo dos adeptos com relação a saúde, através das práticas que adquirem na experiência cotidiana, assim como a busca da cura, do equilíbrio espiritual e físico como forma de terapia. As principais formas terapêuticas realizadas em um terreiro de candomblé se realizam a partir do da musicalidade e dos gestos corporais. A experiência dentro do terreiro é constituída de rituais e atividades diárias em que tudo é muito simbólico. É a partir dessa perspectiva que poderemos compreender melhor o significado terapêutico dentro dos rituais dos terreiros de candomblé com relação aos conceitos da musicoterapia.

Palavras-chaves: Música, religião cultura afro-brasileira, musicoterapia.

Abstract: This paper presents the main concepts and musical practices with therapeutic communities within the yards, taking as reference the orality of these communities and theoretical elements of music therapy. By analyzing the close overlap between religion and therapy in the rituals of Candomblé, the discussion tries to cope with the internal dynamism that characterizes this cult, and thus understand the meaning and musicality of the body for health enthusiasts, through the practices they acquire in everyday experience, as well as the search for healing, spiritual and physical balance as therapy. The main forms of therapy conducted in a Candomblé temple are made from the musicality and body gestures. Experience in the yard consists of rituals and daily activities in which everything is very symbolic. It is from this perspective that we can better understand the therapeutic significance in the rituals of Candomblé in relation to the concepts of music therapy.

Keywords: music, religion african-Brazilian culture, music therapy.

Resumen: Este artículo presenta los principales conceptos y prácticas musicales de las comunidades terapéuticas en los patios, tomando como referencia la oralidad de las comunidades y los elementos teóricos de la musicoterapia. Mediante el análisis de la superposición entre la religión y la terapia en los rituales de candomblé, la discusión se trata de lidiar con el dinamismo interno que caracteriza a este culto, y así comprender el significado y la musicalidad del cuerpo para los entusiastas de la salud, a través de las prácticas que adquieren en la experiencia cotidiana, así como la búsqueda de la curación, el equilibrio espiritual y físico como terapia. Las principales formas de tratamiento llevado a cabo en un templo de Candomblé se hacen de la musicalidad y los gestos corporales. Experiencia en el patio consta de rituales y actividades diarias en el que todo es muy simbólico. Es desde esta perspectiva que podemos entender mejor la importancia terapéutica en los rituales de candomblé en relación con los conceptos de la terapia musical.

Palabras clave: música, cultura religión afro-brasileña, la terapia musical.


1. INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho foi escolhido por sua relevância perante os atuais movimentos de resgate e valorização da cultura afro-descendente e pela riqueza das formas de organização cultural e religiosa do candomblé. Há muitos estudos sobre os ritmos e as danças dos orixás, e o estudo da musicoterapia traz um novo sentido sobre os aspectos da cultura do candomblé, mais especificamente em relação à música, ritmos e do corpo com relação a saúde . As aulas de expressão corporal, do curso de Musicoterapia, foram muito importantes, pois ajudaram a trilhar os caminhos para que esta pesquisa fosse desenvolvida.
A leitura desse artigo e os anos de convivência e experiência em terreiro de candomblé e umbanda possibilitaram a observação dos movimentos corporais e da musicalidade dos adeptos nas comunidades terreiros como um caminho terapêutico. Os adeptos, “filhos e filhas de santo”, representam, com seus belíssimos movimentos, os elementos da natureza e os deuses afro-brasileiros, imersos em seu ambiente sonoro.
                O objetivo deste estudo é desenvolver a relação de conceitos da musicoterapia, como o corpo e sua busca pela cura, com o envolvimento de adeptos aos ritos, cerimônias e bens simbólicos do candomblé. Em outras palavras, fazer a leitura desses aspectos da musicoterapia na musicalidade do candomblé, pelo destaque de seus significados, símbolos e transformações em um contexto sociocultural.
A musicalidade do candomblé, a dança, a relação com o corpo, os diversos ritmos e seus bens simbólicos podem ser considerados como objetos integradores e são relevantes para o estudo relacionado à musicoterapia, pois ressaltam como seus elementos compartilhados manifestam efeitos psicoprofiláticos, terapêuticos e de inclusão social.
Neste sub-contexto social das comunidades terreiros, os elementos são interligados por cada um no coletivo, logo, as danças dos orixás estão ligadas diretamente ao canto e ao ritmo específico de cada uma delas. Podemos dizer que “os cânticos rituais possuem características muito específicas que denotam sua singularidade como forma musical.” (BARROS, 2005, p. 53). Portanto, o objetivo deste estudo é fazer uma leitura, a partir do olhar musicoterápico sobre o contexto musical, corporal e rítmico do candomblé e sobre os aspectos de toda musicalidade e de sua relação com os rituais, visando à importância do conhecimento dessa cultura para o musicoterapeuta brasileiro.
Nossa cultura popular, do ponto de vista musical, vem dessa grande ramificação das culturas religiosas afro-descendentes e indígenas, assim, para o profissional da área de musicoterapia conhecer essa cultura é de suma importância. Ter um aprofundamento das características dessas expressões musicais, corporais e rítmicas será enriquecedor para o musicoterapeuta, podendo assim ampliar seu repertório.


2 O CANDOMBLÉ

Na época em que os africanos eram trazidos para o Brasil, como escravos, o continente africano apresentava uma divisão diferente da atual. Vindos em grupos, faziam-se reconhecer pelo traço cultural representado e por suas crenças. O mapa apresentado mostra as regiões de onde os negros vieram, e suas entradas no território brasileiro.
Assim o candomblé surgiu no Brasil com a chegada dos negros que vieram da África, e se torna uma religião afro-brasileira que resgata a cultura dos povos negros africanos. Seus adeptos e seguidores cultuam os orixás – panteão de divindades africanas.
Do ponto de vista de Barros “[...] o candomblé é resultado da reelaboração de diversas culturas africanas, produto de várias afiliações, existindo, portanto, vários candomblés (Angola, Congo, Efan etc.)” (BARROS, 2005, p. 17).
Todo processo do candomblé no Brasil é marcado por seus ritos e cânticos, oriundos de uma memória ancestral que é transmitida oralmente. Podemos dizer que o candomblé é cultuado de diversas formas por ter sua origem em várias nações que aqui no Brasil receberam diferentes nomes (Ketu, Ijexá, Banto, Angola, Nagô, Fon, Gege, etc.)[2]
Durante mais de trezentos anos, na época do mercantilismo colonial, africanos de diversos países e nações foram escravizados e trazidos às colônias. No Brasil, esses negros tornaram-se mercadorias dos senhores e foram escravizados de forma bruta, e as diferentes origens desses africanos foram misturadas, criando assim senzalas onde havia descendentes Bantos, Angolanos, Nagôs, Geges e de outros países africanos. Nesse contexto, pessoas de diferentes culturas, línguas, religiões foram obrigadas a conviver no mesmo espaço com um trabalho árduo no seu cotidiano e em condição de injustiça, gerando um lócus de resistência. Esses escravos começaram a elaborar seus rituais religiosos de forma à misturar os procedimentos dos ritos, as crenças das nações ali representadas. Como exemplo disso é o fato de que os negros na África, nas regiões onde se cultuavam os orixás, eram devotos aos seus devidos reinos, onde cada um desses reinos cultuava somente um orixá. Como exemplo temos; Ketu o reino de Oxossi, Oyó o reino de Xangô, Irê o reino de Ogum etc. Esses reinos não existem mais, pois foram destruídos pelas guerras, só restando ruínas nos dias de hoje. No Brasil o culto aos orixás, devido à escravidão, acontece de um modo diferente, em uma mesma comunidade terreiro cultiva-se vários orixás, sendo 16 orixás cultuados no Brasil. O que se diferencia nas comunidades terreiros é a nação que cada casa de candomblé cultua.

             2.1 As Comunidades Terreiros

Os terreiros de candomblé sempre foram vistos como um dos principais focos de resistência da cultura negra. Apesar da repressão policial, a religiosidade afro-brasileira consegue sobreviver através de suas festas, cultos e da tradição oral, valendo-se – dentre outras coisas – do sincretismo como forma de negociação. (SANTOS SILVA, 2006, p.3)

                As comunidades terreiros são situadas geralmente nas periferias das grandes cidades, e por terem sofrido grandes perseguições da polícia, o candomblé não era aceito como religião, mas era visto como heresia, paganismo e feitiçaria, construindo assim uma imagem negativa do negro e de sua cultura. “Acresce o fato de que as perseguições policias e o agravamento das discriminações sócio-religiosas deram ensejo ao fortalecimento do sentimento grupal e à demarcação de espaços distintos” (BARROS, 2005, p. 33).
Contudo, notamos que em todos esses anos e décadas, a pressão social ainda continua, mas o candomblé e suas comunidades resistem, dando continuidade aos seus ritos religiosos, e principalmente pela preservação da cultura afro-descendente.
Essas comunidades sempre foram vistas por seus adeptos como família de santo, e para fazer parte dessa nova família há de se renascer para o orixá, em que os filhos de santo participam de alguns rituais fechados para assim se integrar a ela. Afirmam-se, assim, como religião que traz conhecimento, troca, divertimento, em que tudo funciona como unidade entre os membros da comunidade, dando continuidade à história do povo negro e de sua cultura, conservando na memória coletiva os segredos repassados pela tradição oral e fortalecendo o canto falado, dos seus ritmos variados e das representações do corpo e sua dança dentro dessas comunidades.

3 A MÚSICA NO CANDOMBLÉ

Nos terreiros de candomblé, a música é essencial e acompanha todos os processos dos rituais, das festas abertas e do dia a dia dos adeptos. Tudo se faz através do canto falado e dos ritmos que são tocados nos tambores sagrados. Toda musicalidade, dentro dessas comunidades, tem como objetivo provocar a presença dos orixás aqui na terra através do corpo do iniciado, do poder de criação e recriação do tempo e do espaço, o poder de tornar sagrado o que era profano e o real, sem forma, em momento de lirismo, delírio e obsessão.

A música, no candomblé, tem um papel mais significativo que o mero fornecimento de estímulos sonoros aos diversos rituais. Ela pode ser entendida como elemento constitutivo do culto, dando forma a conteúdos inexprimíveis em outras linguagens, termo aqui entendido como articulação de signos e símbolos (AMARAL; SILVA, 1992)[3].

                Assim, a música é uma das linguagens fundamentais e de grande expressividade nos valores dos cultos e na cultura do candomblé, e fortalece também a identidade brasileira com sua ampla influência. Podemos observar as relações entre valores e símbolos religiosos do candomblé, em que se constrói, no dia a dia e nos rituais, a identidade musical individual e coletiva. A musicalidade e expressividade do culto permitem a seus adeptos extravasarem conteúdos emocionais e utilizar como formas de comunicação o corpo através dos gestos e a voz através do canto[4].
                 Todo processo que ocorre através da música torna ainda mais expressivas as danças e os gestos. Esse apoio musical é feito a partir dos tambores sagrados, seguidos pelo canto falado, numa comunicação conjunta com os gestuais da dança. Essas diversas experiências são vividas pelos filhos e filhas de santo, entre outros grupos culturais que representam artisticamente a cultura do candomblé.
                Amaral e Silva (1992) afirmam que

paga ou não, a socialização na música ritual segue processos semelhantes. Diferentemente da educação musical formal, a música, no candomblé, é aprendida sem necessidade da escrita musical, sem o aprendizado dos conceitos universais, caracterizando um processo onde a intuição musical, o ouvido "exato", o ritmo inato adquirem maior importância. Nesse sentido, a socialização musical acompanha a socialização religiosa.

                A convivência nas comunidades terreiros, a socialização entre seus adeptos, faz com que sejam compartilhadas as tradições e costumes, o que mantém o fortalecimento do grupo valorizando sua imagem e construindo estratégias para sobreviver dentro de uma sociedade marcada por discriminações e desigualdades econômicas e sociais. Com isso, as práticas do culto transmitem equilíbrio, valores familiares, proteção espiritual e autoconfiança.
                Contudo, podemos dizer que o toque de candomblé é o mesmo que festa, pois refere-se às batidas dos tambores que possuem uma grande variedade significativa de ritmos identificados com a necessidade do momento. A música é essencial dentro e fora das cerimônias. São muitos os ritmos tocados nas comunidades terreiros, alguns são acompanhados de cânticos e outros não. Esses toques têm o poder de evocar e entrar em sintonia com as divindades, os orixás, fornecendo elementos como gestos e movimentos do corpo que entram em afinidade de forma irresistível.



4 AS REPRESENTAÇÕES DO CORPO NAS COMUNIDADES TERREIROS
               
“Seguindo uma orientação metodológica que privilegia as representações do corpo e os procedimentos considerados legítimos para seus controles, objetivamos aprender a lógica interna dessa perspectiva religiosa no que concerne à saúde” (BARROS; TEIXEIRA, 2OOO, p.107). 
                Para Barros e Teixeira (2000), tudo começa quando a pessoa no âmbito dos terreiros de candomblé se desenvolve gradualmente a partir de um processo de iniciação (um ritual que é feito para iniciá-la na religião).

Portanto, as crenças e sentimentos básicos na vida social dos terreiros estão associados e são remetidos ao corpo humano, constituindo-se um conjunto de representações que ultrapassam as características biológicas inerentes do ser humano (BARROS; TEIXEIRA, 2000, p.108).

                Dentro dessas comunidades, o corpo é preparado para receber as energias da natureza através dos orixás e assim poder manter uma relação coletiva de comunicação através de seus fiéis.
                Os iniciados (filhos de santo) buscam na religião a valorização do equilíbrio, pois assim identificam a relação do ser saudável, uma concepção de saúde. Acreditam os adeptos do candomblé que a saúde e o bem-estar só serão restabelecidos após as “obrigações e rituais” que são feitos para o filho de santo, e há outras pessoas que buscam a religiosidade do candomblé para fortalecer a saúde física e emocional.
               
            4.1 O Corpo E Sua Relação Com A Saúde
                                           
Nas comunidades terreiros, o bem-estar e a saúde do indivíduo estão relacionados ao equilíbrio emocional e corporal. Barros e Teixeira (2000, p. 113) afirma que “apesar do corpo humano ser pensado como um verdadeiro microcosmo, certas partes são vistas como fundamentais para o equilíbrio da totalidade”.
                Nas religiosidades vividas em tribos, famílias, terreiros são desenvolvidas práticas coletivas que desenham, dançam, rezam, conversam e concebem o entendimento sobre o que é o ser e como ele se constitui, e tudo é questionado. As formas como esses indivíduos se manifestam são parte do conhecimento e da prática de um grupo, demonstram-se divergentes às concepções predominantes em nossa organização social e que definem, por exemplo, a doença e a morte.
                Em algumas comunidades, o processo de cura se dá na construção de uma narrativa em que é simulado um combate contra os males que desequilibraram o corpo do doente, no entanto esses métodos terapêuticos são de difícil interpretação e “não se chega a compreender sua incidência sobre a doença.” (LÉVI-STRAUSS, 1996, p. 221). O ritual de cura se dá pela consciência do doente durante a narrativa. “A técnica da narrativa visa, pois, reconstruir uma experiência real, onde o mito se limita a substituir os protagonistas” (LÉVI-SATRAUSS, 1996, p. 225)
                Lévi-Strauss, em seus estudos sobre relatos de experiências xamânicas, argumenta que a cura xamanística e sua eficácia se assemelham à nossa “medicina orgânica” e a psicanálise. O tratamento torna-se eficiente a partir do momento em que o doente torna-se consciente do seu processo de cura e, além disso, obtém uma linguagem pela qual pode se expressar a respeito de suas dores físicas. Pelo universo simbólico, o Xamã fornece o caminho de consciência que o doente necessita, inserido em um ritual e pertencente a uma crença que é compartilhada por um grupo. Por seguinte, o “[...] doente, tendo compreendido, não se resigna apenas: ela sara” (LÉVI-SATRUSS, 1996, p. 228). Há um entendimento de que este é um processo de cura psicológica, com efetividade sobre aspectos fisiológicos.
 Algumas práticas da religiosidade do candomblé, como o transe através do tambor, seus aspectos mitológicos e sua dimensão terapêutica, muito se assemelha aos escritos de Lévi-Strauss. A mais importante semelhança, descrita em seus textos, se dá pela eficácia terapêutica que os filhos de santo vivenciam.
                A noção de saúde no candomblé toma dimensões bastante complexas, que passam pela relação do indivíduo com a sociedade, com sua espiritualidade e sua conduta de vida. Muitos filhos de santo que desenvolvem doenças, muitas vezes estranhas aos diagnósticos da medicina ocidental, são curados ao longo das cerimônias realizadas nos terreiros. São situações que ganham significados amparados por um coletivo e solucionados em rituais, “[...] algumas doenças como aquelas de pele ou distúrbios digestivos que são tratadas a nível farmacológico, com base em um profundo conhecimento de plantas medicinais, ministradas através de chás ou banhos de erva”. (BARBARA, 1998, p. 10).
                A iniciação no candomblé leva o indivíduo a participar de situações, como a incorporação, em que o “[...] orixá promove a suspensão da identidade cotidiana” (BARBARA, 1998, p. 2), e é neste momento que ocorre uma re-significação do sentido da vida. No entanto, é evidente que durante o aprendizado, através da oralidade, sobre as danças, ritmos e os cantos dos orixás, todo esse efeito simbólico não se aproxima de uma iniciação à religião, principalmente quando se trata de circunstâncias espaços-temporais onde são praticados em um processo cultural. Para que todo esse processo simbólico se desenvolva é necessário pertencer a um terreiro, que é apropriado para as cerimônias, e ser cuidado pelas pessoas que contem, através de um cotidiano, os fundamentos da religião, um babalorixá ou uma ialorixá (pai e mãe de santo, respectivamente).

5 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA PARA A MUSICOTERAPIA E PARA AS COMUNIDADES TERREIROS

A música tornou-se, efetivamente, elemento terapêutico através da sistematização feita pela Musicoterapia após a segunda guerra mundial. Sabemos que para os adeptos do candomblé a música provoca em seus rituais sensações fisiológicas e emocionais proporcionando uma socialização entre seus fiéis que ali expressam seus sentimentos comuns e a busca da cura espiritual e física, assim como para a musicoterapia em um processo terapêutico. Para as comunidades terreiros, a música e seus tambores de origem primitiva têm uma grande importância, assim como para musicoterapia que os tem como sua principal ferramenta de trabalho, sendo o instrumento um grande objeto integrador no processo terapêutico, e “[...] quanto mais primitivo for o instrumento em sua construção e em seu material, mais perto estará do ideal musicoterapêutico (BENENZON, 1988, p. 79).
                Os adeptos dentro das práticas da religião exploram algumas áreas que na musicoterapia também é explorada quando se está em uma atividade dentro de um processo terapêutico. Nessas práticas se exploram as áreas de expressão sonoro-musical, áreas de movimento e expressão corporal, utilizando sempre os instrumentos musicais, assim como a musicoterapia utiliza em grande parte das atividades musicoterapêuticas, tanto de forma convencional quanto não convencional.
                Segundo McClellan (1994) há um domínio da música que fica além das emoções, além dos processos mentais e intelectuais. Essa música transcende o domínio das atividades e preocupações humanas. “Experimentamos a unidade essencial do universo manifesto como um reflexo da criação não-manifesta mantida coesa pelo movimento incessante da energia vibracional” (McCLELLAN, 1994, p. 176).
A musicoterapia se apresenta como uma terapia auto-expressiva de grande atuação nas funções cognitivas, isto é, para a manutenção das capacidades de resgate de memória, assim como no caso dos adeptos, a música busca resgatar a percepção do corpo, do canto, dos ritmos, através dos rituais e de seus costumes diários dentro das comunidades terreiros, onde são passados os conhecimentos através da linguagem oral.
                Portanto, o nível elementar de conhecimento musical todos nós possuímos devido aos processos de aprendizagem que ocorreram durante nosso desenvolvimento. O ser humano constrói-se e é construído, já em seus primórdios gestacionais. Assim dentro das comunidades terreiros os adeptos vão em busca desse resgate ancestral no que se refere aos aspectos fisiológicos e psicológicos.
A música e a linguagem têm algo comum, ambas transmitem mensagens por meio de um sistema de signos que possui suas regras gramaticais. O aprendizado da música ou de um instrumento musical ajuda no desenvolvimento cognitivo, principalmente nos aspectos semânticos e nos sistemas de memória. Portanto, a música se configura como uma forma de linguagem e pensamento.
Todo processo sonoro no candomblé para os adeptos ressoam como recurso terapêutico na busca do equilíbrio, harmonização e cura do corpo e da alma.
               
6 OS ASPECTOS TERAPÊUTICOS DOS TERREIROS DE CANDOMBLÉ SOB OS CONCEITOS DA MUSICOTERAPIA.

                Entendemos que as dimensões da terapêutica do candomblé começam a partir da “crise” enquanto um chamado do orixá, aquele que promove a suspensão da identidade cotidiana afastando-o do mundo real, sair do mundo visível para o invisível. Portanto a musicalidade indica e prepara culturalmente o fiel a ser possuído, enquanto a música resolve “terapeuticamente” a crise facilitando e aflorando a energia do orixá no corpo do adepto e sua identidade mítica, deixando-o dominar seu corpo ao longo do ritual.
                Os rituais levam o indivíduo a buscar o equilíbrio emocional e corporal a partir de determinadas obrigações ritualísticas em um contexto de negociação. Não visa modificar o indivíduo nem seu meio, e sim propõe fortalecer o mesmo frente a um meio de constantes ambiguidades e incertezas. Assim, os vínculos com os orixás visam equipar o indivíduo para realizar seus propósitos pessoais no mundo (PRANDI, 1991).
Essas manifestações requerem uma resposta diagnóstica e terapêutica. A resposta diagnóstica é sempre dada através do jogo de búzios feito pelo babalorixá ou yálorixá (pai de santo ou mãe de santo) que são consultados diante de qualquer problema. No caso da doença orgânica, escolhe-se o tratamento farmacológico, porém, em que o episódio seja resultante da manifestação de um orixá, a exemplo de Omolu, segue-se um caminho que pode levar o indivíduo a uma série de ofertas à divindade ou, então, a introdução de um verdadeiro e apropriado ritual de iniciação. O processo que se realiza tende, então, a restabelecer o equilíbrio entre o indivíduo, o orixá e a comunidade do terreiro, que se dá através dos conhecimentos elevados que os babalorixás e as yálorixás detêm sobre os chás, infusões e banhos de ervas, ações referenciadas por atitudes dos rituais e/ou por histórias míticas ou casos que apontam para analogias com as divindades, enfatizando desta forma sua eficácia e virtudes curativas.
                Segundo os autores Barros e Teixeira, “Estar equilibrado interna e externamente possibilita gozar da plenitude da vida, isto é, ter saúde e bem estar social” (BARROS E TEIXEIRA, 2000, p.118).

            6.1 As Práticas De Cura

As práticas de cura são concebidas através dos rituais de limpeza, banhos, defumações, iniciações e sacudimentos.
Essas realizações ritualísticas são:

“[...] concebida pelo povo-de-santo como meio eficaz de promover uma mudança de estado, isto é, retirar males, a poluição ou sujeira através da purificação do corpo, afastando os possíveis elementos responsáveis pela instalação de desordem, propiciadores do “corpo aberto”, assim controlando os distúrbios indicadores de doença ou desequilíbrio (BARROS; TEIXEIRA, 2000, p. 131).

Para que esses procedimentos sejam feitos, são necessários os conhecimentos das espécies vegetais, animais e certos alimentos que são preparados ritualmente para serem passados no corpo inteiro do adepto ou do cliente dos pés a cabeça. Todo procedimento é acompanhado de cânticos evocativos que caminham junto à limpeza do corpo.
Nos rituais afro-brasileiros, as plantas e ervas desempenham papéis específicos dentro dos terreiros, visto que tais papéis sugerem estar estreitamente relacionados com os princípios ativos presentes nas mesmas, os quais são responsáveis pelas atividades biológicas desencadeadas após serem consumidas. Para as comunidades terreiros as plantas de ação psicoativa podem estar relacionadas com os transes de possessão, embora já dito que outros elementos estão presentes, tais como o som dos tambores sagrados, a dança, o canto, as palmas repetidas, elementos estes que se interagem envolvendo os participantes e propiciando aos adeptos as incorporações a que estão sujeitos.
Na musicoterapia podemos dizer que as práticas de cura estão ligadas à utilização do som da música e das vibrações.
Segundo Bruscia (2000):

Como a música e o universo estão organizados de acordo com as vibrações, a música pode ser utilizada para restaurar a harmonia dos indivíduos e entre os indivíduos e o universo. [...] o universo, a psique e o espírito o acompanham e os três estão inteiramente relacionados entre si energeticamente. (BRUSCIA, 2000, p. 208).

Portanto, as práticas de cura na musicoterapia estão relacionadas às experiências musicais e suas relações, assim como nos terreiros de candomblé que visam “[...] curar a mente, o corpo e o espírito, para induzir a auto-cura ou para promover o bem estar” (BRUSCIA, 2000, p. 217).
O papel da música no candomblé é mais significativo que o mero fornecimento de estímulos sonoros, ela está relacionada a situações diversas, podendo ser entendida como elemento constitutivo do culto, dando forma a conteúdos inexprimíveis em outras linguagens, como articulação de signos e símbolos. Todos os rituais do culto estão apoiados na música, o que mostra seu caráter estruturante das diversas experiências religiosas vividas por seus adeptos. Sendo assim a música é um elemento sagrado dentro de todas as práticas de cura, festivas e socioculturais.
                Na musicoterapia os rituais musicais de cura são similares ao dos terreiros de candomblé. De acordo com os conceitos de Bruscia:

 Os rituais musicais de cura incluem todas as formas de terapia e cura que utilizam a música e os ritos que fazem parte da cultura dos clientes ou que são parte significativa do passado coletivo. O objetivo é redescobrir os saberes das práticas anteriores de curas, a maioria delas fortemente apoiadas na música, e, ao mesmo tempo, reconectar os clientes com suas raízes pessoais e coletivas (BRUSCIA, 2000, p. 243).

                A música dentro do contexto religioso dos terreiros de candomblé e para musicoterapia, assume tamanha importância dentro do processo terapêutico do indivíduo, envolvendo os diversos ritmos, melodias, danças, cantos e as diferentes formas de se expressar dentro de uma variedades de instrumentos.
Segundo Bruscia (1999) os sons passam a fazer parte do espaço espiritual e podem nos lançar no infinito, assim como o ritmo pertence ao tempo espiritual, atemporal. Compreende-se que os efeitos espirituais da música ocorrem no estágio transpessoal e, conforme McClellan (1994) os efeitos são acumulativos. O autor mostra dois tipos de músicas usadas para fins espirituais. Um tipo é a música que conduz a um estado de transe já citado no texto anteriormente, o qual ocorre geralmente quando padrões rítmicos repetitivos são ouvidos simultaneamente por muito tempo, assim como os ritmos dos orixás. Possivelmente, quando a energia vibratória da fonte externa (os cânticos, toques dos instrumentos de forma repetitiva) interage com a energia vibratória dos indivíduos através da ressonância, ocorre o transe. O segundo tipo de música é aquela que leva a um estado meditativo, de forma contrária ao que acontece na música que leva ao transe, em que os efeitos manifestam-se primeiro no corpo, enquanto a música para meditar afeta primeiro a mente e depois o corpo. Geralmente são músicas lentas, com frases melódicas longas e muitas pausas, assim como os orikis, as rezas dos orixás, o canto falado. O objetivo da música para meditação é alterar a nossa percepção de tempo.
Assim podemos afirmar que tanto nos terreiros de candomblé como para a musicoterapia os efeitos da música sobre as emoções se explicam em parte “[...] porque a música é um instrumento terapêutico tão poderoso no processo de cura” (McCLELLAN, 1994, p. 151). Segundo o autor, as emoções despertadas pela música vêm de dentro de cada um, e a maneira como o indivíduo reage à audição musical varia dependendo do dia e das preocupações. Além disso, alguns cuidados podem influenciar na audição da música, como por exemplo, se a pessoa estiver confortável durante a escuta, consegue fazer associações passadas.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

                Estudar o universo religioso afro-brasileiro não é uma tarefa tão simples, diante da qual este trabalho se resume na descrição de maneira aleatória dos aspectos de toda musicalidade e dos rituais.
O candomblé é uma religião que tem como centro o rito, as fórmulas de repetição, pouco importando as diferenças entre o bem e o mal no sentido cristão. Ele administra a relação entre cada orixá e o ser humano que dele descende, evitando, através da oferenda, toda sorte de conflito que leva à infelicidade. Como religião em que não existe a palavra no sentido ético, nem a conseqüente pregação moral, o candomblé (como as outras religiões de matriz africana) é, sem dúvida, uma alternativa religiosa para os indivíduos e grupos sociais.
Por ser o centro dos rituais acima descritos, bem como referência e ponto de movimento, atração e difusão, as comunidades terreiros de candomblé, assim como as paisagens impregnadas de significados ritualísticos assumem a condição de lugares e símbolos. Seja como for, a frequência dos rituais e a respeitabilidade contribuem para transformar esses lugares sagrados em símbolos geográficos e religiosos.
A música sacra do ritual do candomblé, no que se refere às cerimônias públicas e privadas, ultrapassa o valor estético, ou mesmo o de elemento propiciador à atmosfera religiosa, para exercer a função de elemento constitutivo em todas as instâncias do culto e de seus ritos. Além disso, essa musicalidade exerce funções e ordenações bem claras, sendo também um dos elementos através dos quais as identidades dos adeptos dessas comunidades e de suas “nações” são construídas e se expressam.
O corpo do adepto age no mundo sagrado através dos movimentos da dança e interage com o espaço e com o tempo. Espaço que se refere a uma tipografia sagrada onde cada objeto, cada planta remetem a outros planos da existência.
A relação do corpo e da saúde adquire um sentido também na interação com esse espaço e com o tempo, que atravessado pelas energias da natureza cria campos energéticos que colocam cada elemento em relação com o outro e que propõe uma visão de mundo ligada à comunicação entre todos os seres humanos e as divindades. Assim como releva a autora Barbara, citada ao longo deste estudo:

O corpo no candomblé é o templo do sagrado por excelência, é sagrado porque é vivo, vida expressa através da motricidade que experimenta o espaço e o tempo e que comunica aos outros, aos fiéis, à comunidade, expressando assim o conceito central da filosofia da existência africana (BARBARA, 1998, p. 5).

Tudo é transmitido através da experiência corporal e musical vindo das práticas da oralidade assim como foi descrito neste trabalho. Portanto o uso da linguagem não verbal nos ritos e na musicoterapia remete a imagens e sentimentos que raramente são expressos e por isso adquire uma grande força.
Neste artigo vimos que a música e as relações que os adeptos tem com o corpo físico são terapêutica num sentido que não é somente através das palavras que advém a cura, mas sim através das experiências emocionais vividas pelo adepto e de suas expressões corporais até a construção de uma nova identidade mais profunda que será a sua nova base dentro das comunidades terreiros.
Entender essa religiosidade e os rituais dos terreiros de candomblé para a musicoterapia não é uma tarefa árdua. A frequência forte da música e de seus ritmos facilita o olhar da musicoterapia. Isso significa que os modelos que utilizamos na musicoterapia ajudam a compreender os processos naturais terapêuticos vivenciados pelos adeptos do candomblé.
Observamos que no candomblé são os mitos que, enquanto interpretantes (efeito interpretativo que o signo produz) referendam os rituais. O mundo construído pelos ritos e seus mitos se dá, portanto, em termos semióticos, através da apreensão dos objetos por meio das categorias que participam da semiose. Em outras palavras, o sentido não é uma criação de um eu transcendental, mas uma construção resultante do encontro e da relação de um signo com outro signo, o que se dá continuamente, infinitamente, mesmo sem que nos apercebamos disso.
Segundo Bastide (1971), o estado desagregado das religiões afro-brasileiras é visível também na forma como se organiza o ritual: não mais controlado pelos modelos míticos iorubás (que foram perdidos), torna-se palco para a encenação de vários personagens e dramas de acordo com a inclinação pessoal do babalorixá (pai de santo). A ênfase na terapia seria justamente uma característica marcante desses cultos organizados por sua comunidade, em que o aspecto coletivo, característico da religião, dá lugar ao aspecto individual, particularista, da magia (representado pelo tratamento das aflições individuais).
O pai/mãe de santo e um auxiliar (chamado de ogan) assumem grande parte das atividades necessárias a manutenção do terreiro, que no caso da musicoterapia seria o terapeuta e o coterapeuta. O culto pressupõe uma ampla margem de liberdade de iniciativa e ação.
A terapia que se desenrola nos terreiros atualiza ou faz referência a uma técnica divinatória tradicional que guarda os grandes saberes musicais e sobre as ervas medicinais. A partir disso constitui ideias e condutas que só ganha forma e direção ao longo das interações específicas entre o orixá e o adepto.
Portanto a relação terapêutica que se tem no candomblé não estabelece por princípio uma relação de antagonismo com outras práticas de tratamento. A sua concepção de saúde está baseada em um complexo e contínuo ajustamento entre o indivíduo e seu meio-ambiente material, psicossocial e espiritual.
O restabelecimento da saúde é ritualmente construído enquanto criação, reprodução e fortalecimento de laços com as divindades sagradas. O indivíduo reconstrói sua identidade através de seu orixá e como um diálogo de muitas vozes, ao recolocar o corpo como diferentes vontades e modos de ser-no-mundo.
Portanto “A cura da doença na terapêutica do candomblé representa um aspecto fascinante, e é oposta à terapêutica oficial, onde o doente é privado do próprio corpo que na maioria das vezes é fragmentado e sem uma própria historia” (BARBARA, 1998, p. 19).
Segundo a autora, todo tratamento é feito basicamente através do elemento sonoro musical[5] , em que a música coloca o adepto em uma nova dimensão existencial, a da experiência religiosa, protegendo-o no contexto ritual.
Para finalizar cabe apenas observar que este trabalho pretendeu trazer os conhecimentos religiosos e os aspectos corporais e musicais da cultura dos terreiros de candomblé e de suas comunidades, fazendo um estudo comparativo das terapêuticas sob o olhar da musicoterapia. Procuramos mostrar questões bastante complexas que exigem estudos posteriores e convidam a novas discussões.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, Rita; SILVA, Vagner Gonçalves da. Cantar para subir: um estudo antropológico da música ritual no candomblé paulista. Religião & Sociedade. Rio de Janeiro, ISER, v. 16, n.1/2, 1992. Disponível em: <http://www.aguaforte.com/antropologia/ritadado.htm>. Acesso em: 07 mar. 2010.

BARBARA, Rosa Maria Suzanna. A terapia musical no candomblé. São Paulo, 1998.

BARROS, José Flávio Pessoa de; TEIXEIRA, Maria Lina Leão. O código do corpo: inscrições e marcas dos orixás. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de.(Org.). Candomblé: religião do corpo e da alma: tipos psicológicos nas religiões afro-brasileiras. Rio de Janeiro, Pallas, 2000.

BARROS, José Flávio Pessoa de. A fogueira de Xangô, o orixá do fogo: uma introdução à musica sacra afro-brasileira. 3 ed. Rio de Janeiro, Pallas, 2005.

BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil – contribuição a uma sociologia das interpenetrações de civilizações. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1971.

BENEZON, Rolando. Teoria da musicoterapia: contribuição ao conhecimento do contexto não verbal. Tradução Ana Sheila M. De Uricoechea. São Paulo, Summus, 1998.

BENISTE, José. As águas de Oxalá (Awam Ori Ósàlá). Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2002.

BRUSCIA, Kenneth E. Definindo Musicoterapia. Tradução Mariza Velloso Fernadez Conde. Rio de Janeiro, Enelivros, 2000.

BRUSCIA, Kenneth E. O Desenvolvimento Musical como Fundamentação para a Terapia. Tradução Lia Rejane Mendes Barcellos In: Info CD Rom II. Concedido e editado por David Aldridge. University Witten Herdecke, 1999.

LEPINE, Claude. Os estereótipos da personalidade no candomblé Nagô. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de.(Org). Candomblé, religião do corpo e da alma: tipos psicológicos nas religiões afro-brasileiras. Rio de Janeiro, Pallas, 2000.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro, Tempo Brasileira, 1996.

McCLELLAN, Randall. O poder terapêutico da música. Tradução Tomás Rosa Bueno. São Paulo, Siciliano, 1994.

MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de Moura (Org.). Candomblé, religião do corpo e da alma: tipos psicológicos nas religiões afro-brasileiras. Rio de Janeiro, Pallas, 2000.

PRANDI, Reginaldo. Os candomblés de São Paulo. São Paulo: Hucitec, 1991.

Santos Silva, Luiza Martins do. As comunidades terreiros de Alagoinhas: memória, tradição oral e construção da identidade cultural. Artigo (Trabalho de Iniciação Científica em Letras)–Uneb campus II, Alagoinhas, 2006. Disponível em: <http://www.uneb.br/sumario/alunos/luzimartins.pdf> Acesso em: 07. mar. 2010.


[1]  Graduada em Musicoterapia Pela Faculdade Paulista De Artes, em 2010. Este artigo foi escrito durante o curso, na disciplina de Pesquisa científica orientado Pela Professora Lilian Coelho.
[2] Disponível em: http:/www.pousadadascores.com.br/leitura_virtual/cultura_brasileira/negro.htm. Acesso em 03/11/2010.
[3] Este artigo não contém numeração de páginas.
[4] Ouvir faixa 01 do CD em anexo: “Baba orí àgbò”.
[5] A música influencia especialmente a dimensão corpórea e os processos psicocorpóreos, conforme as pesquisas recentes em musicoterapia.


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Religiosidade Afro Brasileira 2. As casas Nagô



Produção: Mandinga Produções. mandingaproducao@gmail.comDireção e Fotografia: Rafael EirasO Professor José Flavio Pessoa de Barros nos presenteia com todo o seu saber nesta serie de vídeos sobre a religiosidade Afro Brasileira. Ele é um dos mais importantes pesquisadores sobre o tema, possui doutorado em Antropologia pela USP (1983) e pós-doutorado pela Université Paris-Descartes (1986) . Sua área de atuação esta relacionada a Antropologia das Populações Afro Brasileiras, Antropologia das Religiões, Etnobotânica e Religiões Afro Brasileiras. Alem de ter lançado inúmeros livros, dentre eles: A Galinha dAngola: Iniciação e Identidade na Cultura Afro-Brasileira. (1993) O Segredo das folhas (1993), Olubajé, o banquete do Rei (2003), A fogueira de Xângo, orixá do fogo (2005) todos da Pallas-RJ, Ewé òrisà, uso litúrgico das plantas (2004) Bertrand Brasil; 36 livros (artigos em coletâneas) e 115 artigos em revistas nacionais e internacionais. ...Filmado e Editado Por Rafael Eiras (rafaeleiras@gmail.com)Religiosidade afro brasileira1 http://www.youtube.com/watch?v=yiZLVwYztTQ2 http://www.youtube.com/watch?v=jgFPHYRpg1c&feature=related3 http://www.youtube.com/watch?v=MpNsxmjZ6CM&feature=related4a http://www.youtube.com/watch?v=K7uepJyoptU&feature=related4b http://www.youtube.com/watch?v=oFIEjk0tXhw&feature=channel5 http://www.youtube.com/watch?v=LyVvmbfBGSU&feature=channel6 http://www.youtube.com/watch?v=scVtu6A7F7w7 http://www.youtube.com/watch?v=SbCkoy57oiM8 http://www.youtube.com/watch?v=ciYDpVbzKYU

Atendimento com a equipe da saúde - DCs Santa Casa De Misericórdia.AVI

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Arte e cultura Santa Casa de Misericórdia SP.


Por meio da Tecnologia Arte Despertar - Os arte educadores e Musicoterapeutas Adriana Aragão e André Pereira desenvolvem um trabalho com os profissionais da saúde da Santa Casa de Misericórdia de SP.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Danças Brasileiras - Tambor de Mina (1 de 2)

Aqui o babalorixá fala um pouco sobre a função dos tambores sagrados dos tambores de mina no maranhão.

Danças Brasileiras - Candomblé (1 de 2)

"Viajando pelo Brasil, procurando conhecer e aprender os passos, gingados dos dançarinos populares, aprendemos que as danças circulam, e que o corpo informa sobre a vida de cada dançarino."Documentário produzido pelo Canal Futura, apresentado por Antônio Nóbrega e Rosane Almeida. Nesse episódio, o Candomblé de Nação Ketu do Pai Leopoldo."O Candomblé é uma das principais manifestações da cultura afro-brasileira. Seus orixás preservam a identidade das etnias africanas de onde se originaram. As danças das entidades são uma das grandes fontes para a dança brasileira."


Este documentário também fonte uma das fontes do meu estudo para escrever minha monografia!

Religiosidade Afro Brasileira 9 - A casa de santo e a natureza

Produção: Mandinga Produções. (mandingaproducao@gmail.com)Direção e Fotografia: Rafael EirasEdição: Naiana MagalhãesO Professor José Flavio Pessoa de Barros nos presenteia com todo o seu saber nesta serie de vídeos sobre a religiosidade Afro Brasileira. Ele é um dos mais importantes pesquisadores sobre o tema, possui doutorado em Antropologia pela USP (1983) e pós-doutorado pela Université Paris-Descartes (1986) . Sua área de atuação esta relacionada a Antropologia das Populações Afro Brasileiras, Antropologia das Religiões, Etnobotânica e Religiões Afro Brasileiras. Alem de ter lançado inúmeros livros, dentre eles: A Galinha dAngola: Iniciação e Identidade na Cultura Afro-Brasileira. (1993) O Segredo das folhas (1993), Olubajé, o banquete do Rei (2003), A fogueira de Xângo, orixá do fogo (2005) todos da Pallas-RJ, Ewé òrisà, uso litúrgico das plantas (2004) Bertrand Brasil; 36 livros (artigos em coletâneas) e 115 artigos em revistas nacionais e internacionais.
Para entender-mos a terapeutica dentro do candomblé precisamos ter mais conhecimento sobre a Cultura e religiosidade do candomblé!
Entender os costumes, as comunidades, a dança, a música e seus ritmos e cantos. É sobre este assunto que eu abordo em meu trabalho acadêmico. ( Minha monografia).

Mojubá - Origens

Este vídeo ajuda a compreender melhor o que eu escrevi na minha monografia. São vários vídeos!
Muito importante para o conhecimento de todos os musicoterapeutas!!!

Mojubá - Origens

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Processo Saúde e Doença na Perspectiva do Candomblé



         Este autor, José Flávio Pessoa de Barros foi muito importante na escrita da minha Monografia!
Um olhar Musicoterapeutico No Candomblé
Uma leitura sobre os aspectos do corpo, canto e ritmo